terça-feira, 8 de junho de 2010

Conto : "Uma luta contra a morte"

Parte Um

Luana corria pela avenida desesperadamente.

As últimas horas foram repletas de terror. Seus amigos estavam mortos e quem devia estar morto, agora vivia. À sua volta, o caos tomava conta da cidade. Não havia lugar seguro. Não havia em quem confiar. Carapicuíba estava morrendo.

A garota entrou no supermercado passando pelo enrme estacionamento, onde os carros aguardavam o retorno de seus motoristas, inutilmente. Lá dentro, as mercadorias estavam espalhadas pelo chão e havia sangue pintando as paredes. O terror passou por lá, mas será que tinha ido embora? Não.

Luana ouviu um ruído. Não eram passos. Pareciam ser rodas. Procurou a fonte de tais ruídos pelos corredores. Estava mais próximo. Lá estava, no corredor dos produtos de limpeza. Três garotas mortas, funcionárias do supermercado, com suas roupas rasgadas e ferimentos abertos sobre a pele. Os patins garantiam a eficiência do atendimento, mas agora só trariam a morte de forma mais veloz. Luana abafou um grito, não tinha sido vista e não queria chamar a atenção. Um descuido, no entanto, levou o detergente ao chão e entregou o esconderijo da moça.

As três mortas viraram para ela, com rostos e expressões decompostas. Se pudessem, esboçariam um sorriso, afinal, estavam em vantagem sobre o alimento. De certo, ela não teria para onde escapar e a fome seria amenizada mais uma vez.

Mas talvez, o que tornava os montros mais velozes fosse também o seu ponto fraco.

Claro. As vassouras.

Os três demônios viam à toda velocidade, grunhindo feito animais. A garota sabia que corria perigo, precisava se manter calma acima de tudo. O nervosismo poderia matá-la.

Derrubou as vassouras pelo chão, atrapalhando a passagem das mortas. Correu em direção à saída. De volta ao estacionamento, Luana viu um carro com a porta aberta. Não era muito, mas poderia se esconder ali. Não esperava ter tanta sorte, mas as chaves estavam no contato. Tentou dar a partida mais de uma vez. Ao conseguir, olhou novamente para as portas do supermercado. Lá estavam elas. As três mortas famintas ainda procuravam por sua carne.

Pisou fundo no acelerador, atirando-se em direção as portas. Em instantes, não haviam mais três garotas mortas, só haviam braços, pernas e cabeças sem vida. Dentro do veículo, Luana bateu com a cabeça no volante. O sangue escorria-lhe pelo rosto. Estava inconsciente.





Fim da Parte Um

Um comentário:

  1. Querido, estou disponibilizando em meu blog um espaço para propraganda ( na forma de postagem ou banner) de outros blogs( de escritores, livros, poesias, literatura) assim como o seu. Totalmente gratuito, com o interesse apenas de divulgar o conhecimento e a arte. Se interessado dá uma conferida no blog www.salvadornuaecrua.blogspot.com ou na comunidade novos escritores do brasil ( deixei uma divulgação lá.
    No mais, eu já posto meus livros na net há mais de um ano. Por isso sei que o mais importante é nunca desistir do seu objetivo.

    Qualquer coisa deixe um comentário...
    abraços Ojuarianos
    Helton ojuara

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