Parte Um
A casa permaneceu vazia por muito tempo.
Agora era chamada de "esconderijo da morte". Sua história trágica fala sobre o terror nas madrugadas e manhãs de desconforto.
Seu único habitante acostumara-se com o silêncio desde muitos anos atrás. Seu nome já não era importante, só a sua presença poderia valer algo. Os moradores do bairro diziam coisas assustadoras sobre aqueles cômodos vazios. De gritos solitários à invasores nunca mais vistos. Era, de certo, mal assombrada.
Dificilmente, alguém se aventurava a entrar na casa, pois todos conheciam aquelas lendas e sabiam até que ponto poderiam ser verdadeiras. Mas uma vez ou outra, algum destemido grupo de jovens aparece, passam a noite, e juram uns para os outros que o que viram na casa era efeito do alcóol. Os boatos crescem e logo haveria uma nova remessa de aventureiros. Alguns deles nunca mais seriam vistos. Assim como o Caio...
Moleque esperto, de sábias decisões. Um dia, porém, escolheu a opção errada.
Ele e mais dois amigos decidiram entrar na casa. Passariam a noite lá dentro. Só estavam tentando provar que eram corajosos,mas acabaram conhecendo o medo muito de perto.
- Me dá aqui esta lanterna. - pediu Caio - Vamos lá pra cima!
O corredor, cheio de têias, cheirava a mofo. Havia umidade nas paredes. As portas estavam abertas.
- Dizem que estes eram os quartos das crianças, vejam!
- Sinistro, cara! Olha a cor destas paredes. Parece que a casa está morta...
- E como é que se mata uma casa?
- Sei lá, porra. Foi só uma metáfora.
- Vamos! Tem mais um quarto no fim do corredor.
A lanterna pouco ajudava na iluminação. O último quarto, porém, abrigava a luz que vinha da rua. Havia, pelo chão, alguns fios desencapados, uma ou duas poças de àgua, ratos ligeiros como o vento e poeira acumulada por muito tempo de abandono.
- Mas o que é aquilo? - Caio apontava para a janela.
Havia mais alguém naquele quarto. Podia-se ouvir a sua respiração pesada. A luz da lua iluminava seu rosto brando.
- Quem está aí?
Mesmo que ele pudesse responder, creio que não o faria. O medo não se apresenta, ele apenas aparece. Em tempos passados, o terror tinha hora marcada, mas agora o tempo estava do seu lado.
Fim da Parte Um
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vai trabalha qinem loco agora no cd mulek doido
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