quinta-feira, 6 de maio de 2010

Conto : "Os Jovens Profanos"

Parte Três

Bruno era o mais ansioso entre eles. Vendo toda aquela enrolação, desabafou :

- Eu é que deveria ter ficado lá fora. Vocês viram como aquele rapaz era bonito? E que braços fortes...

- Cale-se, Bruno - interrompeu Felipe - poupe-me de suas luxúrias. Porque não escolhe logo um deles pra gente começar?

- Bah! Eu nem estou com tanta fome assim. Só preciso de ação.

Eric procurou nos bolsos pelo isqueiro, em seguida, acendeu um cigarro.

- Perdão, senhor. Mas não pode fumar aqui dentro. Por causa da lei nova...

- Oh, não se preocupe. Eu já ia apagá-lo.

Eric agarrou o atendente pelo pescoço e o fez passar por cima do balcão. Apagou o cigarro no olho do rapaz, que gritou num misto de dor e desespero. O vampiro cravou suas presas em sua vítima, iniciando o esperado banquete.

- Meu Deus! O que está havendo aqui? - perguntou um dos clientes da loja.

Eric, com a boca e as roupas banhadas em sangue, respondeu :

- Não se encomodem com isso. É apenas um jantar em comemoração ao meu aniversário. Todos vocês estão convidados. Querem cantar o parabéns agora ou vão esperar eu apagar as velinhas?

Bruno puxou pra perto de si um dos clientes e mordeu-lhe o pescoço. Mas não estava satisfeito.

- Maldita seja, Raquel! Sempre fica com os melhores pedaços da festa - parou por um instante e disse - Olhem isso! É uma câmera, pessoal. Estamos sendo filmados, que excitante!

Raquel, do lado de fora, já acabava sua refeição. Tirou a camisa de sua vítima para limpar a boca, tendo muito cuidado para não manchar os bancos do carro.
Dentro da loja, o circo estava armado mas o espetáculo chegava ao fim.

- Vamos embora. Já não há mais o que fazer aqui. - ordenou Eric, o líder.

- Sim, vamos procurar mais diversão - o ânimo de Bruno estava retornando.

Estavam saindo da loja quando ouviram um choro vindo de trás do balcão. Era um homem.
Se escondera ali quando a confusão começou.

- Ora, vejam só! - disse Bruno, agarrando-o pelo braço - Estão servidos?

- Vamos levá-lo pra Raquel. Ela ainda deve estar com fome. - sugeriu Stephanie.

Encontraram a amiga retirando o corpo do funcionário de dentro do carro.

- Trouxemos mais um pra você, minha amiga.

- Ah, eu não quero. Já estou satisfeita - disse isso enquanto lançava um olhar de desdém para Bruno.

- Eu não ligo, piranha. Tenho meus próprios meios de entretenimento.

Bruno pegou a bomba de gasolina e banhou o único sobrevivente da loja com o líquido inflamável

- Me empresta o isqueiro, Eric. Vou acender a sua velinha. Faça um pedido, querido.

Bruno ateou fogo no homem. Este, por sua vez, vendo as chamas consumindo seu corpo, entrou em estado de choque. Tudo o que pôde fazer foi correr e rolar no chão enquanto gritava desesperadamente.
Na estrada, aproximava-se um carro velho. O homem ainda teve esperanças ao ver o veículo chegando mais perto. Tentou acenar para o motorista, mas não lhe deram atenção.*
Então, o pobre homem morreu, negligenciado por irmãos de sua própria espécie.

- Esses humanos são mesmo formidáveis. Até mesmo eu pararia para ajudá-lo se fôssemos iguais. - ironizou Bruno.

- Eles não sabem a sorte que tem. Se eles tivessem parado, teriam um fim semelhante ao deste desgraçado. - disse Eric - Vamos embora. Este lugar perdeu a graça.

*Ler o conto "A Fome dos Ressucitados"

Fim

2 comentários:

  1. NHAAA, Adorei Dehh, Fikou fodastiko e estou Muito feliz em fazer parte disso, Tanto como Personagem quanto o Amigo que le os contos antes de ir pro blog. rsrs. Continue assim...

    E to muito curioso pra saber o que vai rolar com o meu personagem, Bruno sempre ahhaza neah, rsrsr.

    XOXO

    Koldy

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