Parte Três
- Mamãe? O que houve?
- Oh, minha filha. Eu tive um sonho muito estranho.
- Acho melhor a senhora ir se vestir, antes que Pedro acorde.
Marta precisava de um banho. Acordou suada e com muito calor. Será que havia sonhado com Fernando? Talvez, mas não se lembrava de nada. Voltou para o quarto e trocou de roupa. Precisava acordar Pedro para levá-lo à escola. Abriu a porta do quarto do filho dizendo :
- Vamos Pedro! Hora de levantar, querido!
Seguiu para a janela, abriu as cortinas para que a luz do sol pudesse entrar.
- Vamos, garotão! Vai se atrasar para a escola.
Nada. Nenhum movimento.
Marta tocou a pele da criança que estava fria demais. Os médicos disseram mais tarde que o coração de Pedro simplesmente parou de bater, assim como aconteceu com o pai. Talvez fosse um mal hereditário, disseram eles. Mas Marta sabia que não era nada disso.
Ela não sabia bem o que era, mas havia algo de errado com aquela casa. Com aquele relógio. Sim, era ele. Trazia o horror e a morte às quatro horas da madrugada. Precisava ser destruído antes que a matasse ou ferisse sua filha. Fogo. Iria queimar o maldito relógio.
Após o funeral do filho, Marta voltou pra casa amaldiçoada para pôr um fim, de uma vez por todas, na fantasma das quatro horas.
Ela e Sofia levaram o relógio para a garagem e atearam fogo nele. De repente, um grito de dor foi ouvido, e as labaredas cresceram mais do que deviam. Logo, toda a garagem estava em chamas.
- Sofia, temos que sair daqui! Rápido!
Tentaram, mas o portão estava emperrado, não conseguiam abrir. Afumaça encheu seus pulmões e seus olhos lacrimejavam. Seus gritos de dor e desespero não foram ouvidos. O cheiro da carne queimada capaz de enjoar o estomago mais forte. Nada mais podia ser feito.
Naquele dia, as duas morreram junto com a maldiçao do relógio. Mas ele vivia.
O fantasma das quatro horas vivia ainda. E com a maldição do relógio quebrada, estava livre novamente.
Continua...
voce escreve muito bem!
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