Parte Três
Marcos fechou a boca do velho com fita adesiva. Queria evitar uma nova gritaria.
O arco de serra em sua mão brincava com a vítima. Cortava-lhe os cinco dedos de uma vez.
Seus gritos agora eram abafados e sua dor era um segredo entre ele e o mecânico. Sabia que acabaria morrendo, só esperava que fosse mais rápido.
- Agora tenho todos os seus dedos e poderia fazer um colar com eles, não é?
Não suportando a dor, o velho teve um desmaio. Inconsciente, ficou seguro. Estava livre do terror, por enquanto. Mesmo que por um breve momento, esteve em paz. Mas ao acordar viu-se numa situação ainda pior.
- Olha quem acordou! Mas você está ótimo! - disse-lhe Marcos, todo contente - Eu estava te esperando para lhe mostrar algo. Pode ver ?
Ao abrir os olhos, o velho teve a pior visão de sua vida. Suas pernas já não faziam mais parte do seu corpo. Foram serradas enquanto ele estava desmaiado. A dor veio um Tempo depois, mas não era maior que o choque daquela sinistra visão.
- M...Maldito...- gaguejou o velho depois que Marcos lhe tirou a fita da boca - O que pretende fazer comigo? Já teve a sua compensação! Será que isso já não é o bastante? Me deixe viver!
- Não posso, meu amigo. Ficaria desapontado se tudo o que eu pensei em fazer contigo não rolasse.
Marcos cutucava a perna do velho com o dedo, à cerca de dois metros do dono. Continuou :
- E eu pensei nisso tudo em tão pouco Tempo. Acha que me saí bem? O que acha? Faria o mesmo que eu nessa situação?
- Louco... por Deus, você está louco!!!
- Sim, velho. E o azar é todo seu.
Marcos manteve o velho vivo enquanto o esquartejava. Primeiro foram os braços, serrados em três pedaços, cada um. E o velho ainda vivia, quase sufocado pela nova remessa de fita adesiva em sua boca. Com isso, Marcos impedia que o velho gritasse, mas os funcionários do motel já haviam escutado o suficiente para chamarem a polícia. Logo, todo o edifício estava cercado e os demais casais tiveram o seu prazer interrompido.
Os policiais entraram no quarto, onde Marcos acabava de sair do banho, ainda enrolado nas toalhas. As cabeças das vítimas estavam sobre a cama e o resto dos corpos foi mutilado e espalhado pelo quarto inteiro.
Ao ser detido, Marcos não disse uma só palavra que indicasse arrependimento. Há quem diga que o velho foi o último a ouvir a sua voz. Embora não falasse, seu rosto trazia a mais clara expressão de prazer. O seu sorriso falava por ele.
E até hoje, na rua dos Rosais, as más línguas comentam o caso da morte no Batom Vermelho.
Fim
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