quinta-feira, 6 de maio de 2010

Conto : "A Morte no Batom Vermelho"

Parte Dois

Ao entrar na recepção, logo Marcos foi atendido pelo funcionário do motel..

- Posso ajudar? Senhor...
- Carvalho! Marcos Carvalho.
- E o senhor precisa de um quarto? Vejo que não está acompanhado.
- Estou esperando minha mulher. Ela deve chegar logo. Vou esperá-la no quarto. Por favor.
- Tudo bem. Mas o senhor precisa assinar o livro de hóspedes.

Marcos, ao assinar o livro, pôde ver o nome da esposa e o de seu amante. Como eram burros, os dois. Agora sabia exatamente o quarto em que estavam. Pior pra eles.
Ao descobrir que sua mulher o traía, o bom mecânico deixara de lado a sua humanidade e mergulhara em um mundo onde só havia a raiva e a Vingança.
Quarto número 13, coincidência, talvez.
Jesus! A porta nem estava trancada! Estariam assim tão despreocupados. Esta seria uma tarefa muito fácil para uma recompensa tão grande. O doce sabor amargo de Vingança entre os dentes. Era isso.
Entrou no quarto, onde a esposa acabava de sair do banho.

- M...Marcos??? - assustou-se ela.
- Olá, querida! - Marcos não pôde deixar de esboçar um sorriso.
- M...Mas, o que faz aqui?
- Oh, você não poderia me perguntar isso, não é?

O velhote estava deitado, e deitado ficou.

- Que merda é essa? Quem é esse cara?
- Sou o ex-marido dela, mas serei viúvo em breve - disse Marcos, ainda sorrindo - Mas primeiro cuidarei de você. Guardei o melhor pra você. E estou muito ansioso pra começar.

Ao partir pra cima do velho, a vagabunda começou a gritar. Isso irritava Marcos, o mecânico. Entre suas ferramentas, escolheu uma comprida chave de fenda. Largou o pobre velho na cama e foi calar a mulher. Então, apertando-lhe o pescoço, a levantou a dois palmos do chão e enfiou-lhe a chave na garganta com tanta força que a ponta da ferramenta fixou-se na parede mantendo-a suspensa através do ferimento que sangrava copiosamente. A dois palmos do chão. Virou-se novamente para o velho e disse sorrindo enquanto adimirava o sangue nas mãos :

- Agora ela não vai mais gritar, não é? Mas vamos ao que interessa. Sabe, eu acho que a verdadeira culpada disso tudo foi ela. E agora tenho ela pregada na parede. Eu não preciso matar você também, mas você me deve uma compensação, não é? Afinal, você comeu minha mulher e que Deus a tenha. Vou querer apenas um dedo seu como compensação. Ah, mas se você gritar enquanto eu estiver cortando-lhe o dedo, eu ficarei muito irritado com você!

Marcos pegou o velho à força e o pôs sobre uma cadeira. Procurou na bolsa pelo alicate. Ao ver o novo "brinquedo" do mecânico, o velho desmoronou em apêlos.

- Pelo amor de Deus, homem! Não faça isso comigo! Eu nem sabia que ela era casada! Mas, veja, posso te dar muito dinheiro, não seja bobo. Acha mesmo que a polícia vai te deixar escapar depois disso tudo? Está louco?

- Quem disse pra você que eu quero sair limpo? Olhe para a parede, meu chapa, já me sujei até o pescoço. E sujei o pescoço dela também, não foi? Vamos, me dê a sua mão.

A pressão do alicate entre os dedos era enorme, a dor era insuportável, e o grito foi inevitável.

- Ora! Vejo que não quis seguir o meu conselho.- disse o mecânico - Você não ia sofrer muito mas agora eu tô muito puto com você!

Fim da Parte Dois

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